terça-feira, 3 de julho de 2012

Fome de vitória


Arquibancadas lotadas, bandeiras na mão, milhões de vozes e um mesmo grito, um único objetivo: ser campeão. Em campo, onze homens disputam durante 90 minutos a conquista da tão cobrada vitória dos gramados. Para quem torce apenas uma preocupação, para quem joga uma vida inteira de lutas e sacrifícios.

Com 4 anos o menino Saimon Pains Tormen ainda não sabia que um dia seria um desses homens, mas já brigava pelo sonho de fazer parte do espetáculo. Começou em Erechim, jogando na escolinha do ex jogador do Grêmio Foot-Ball Porto Alegrense, Odair. Com 16 anos, foi para o antigo clube do mestre, que passou a ser sua casa, se é que podia chamar assim: “fiquei 6 meses morando nos alojamentos do Grêmio. Não tinha nada de conforto, a comida era boa, nada demais, o alojamento era horrível, o chuveiro era gelado, o pessoal roubava coisas, só tinha um cobertor pra cada um no inverno, ar condicionado quebrado, etc.”, conta o jogador, agora com 19 anos atuando no time profissional.

Assim como Saimon muitos garotos abdicam de uma vida ao lado da família, dos amigos e das atividades que envolvem a infância de qualquer menino. Tornar-se um grande jogador de futebol, brilhar nos gramados e um dia chegar a vestir a camisa da Seleção Brasileira, este é o grande objetivo, mas nem todos têm a mesma sorte a mesma garra ou até o mesmo talento. Só no Grêmio, 180 meninos fazem parte das categorias de Base, etapa decisiva para a passagem até o time profissional. Grande parte vem de outros estados e cidades e tem que viver no alojamento, atualmente 70 meninos moram no clube. A rotina não é nada parecida com a de Arthur, 14 anos, torcedor de carteirinha do clube: “acordo 7h30 para ir à escola, almoço e durmo. A tarde costumo andar de skate com meus amigos. Nos finais de semanas vou aos jogos do Grêmio com meu pai ou assisto pela TV. Adoro jogar bola, andar de skate e conversar com meus amigos na internet”, conta.


Já para os meninos do Grêmio o dia mais parece uma marota, uma rotina com regras, compromissos e cobranças diárias. “Trabalhamos com eles desde o início do dia. As 6h30 é o primeiro toque de despertar, 6h45 o segundo, e ai começa a jornada de trabalho de todos. A orientadora social coloca eles em um ônibus disponibilizado pelo Grêmio para levá-los às escolas, que são da rede estadual e municipal. As 11h45 o ônibus retorna para buscar os atletas, que almoçam, descansam em torno de uma hora e vão para a cidade de Eldorado, onde treinam até as 17h30”, conta a Coordenadora do setor Psicossocial do Clube, Jaqueline Volino.

Gustavo Tabalipa, 17 anos, conhece bem a rotina, mora em alojamentos desde os 13 anos. Passou pelo Goias Esporte Clube e hoje está no Esporte Clube Internacional, mas para ele esse esforço pode valer à pena: “estou abrindo mão disso pelo meu sonho, Deus colocou isso no meu coração então vou até o fim”. Para Saimon não é diferente: “é um trabalho que te dá uma grande recompensa, tu fica longe de amigos, família e todo o resto, mas é por um bom futuro, um bom salário, uma condição melhor de vida”.

Mas a busca pelo sonho pode levar a caminhos que não dão certo, como o que aconteceu com o jogador Marcelo Centeno. Com 21 anos, após passar por clubes como Grêmio e Sapucaiense, arriscou a carreia fora do país: “meu empresário conheceu um cara que dizia ser empresário também. Trocaram contatos. Dias depois, ele ligou querendo um atacante forte de velocidade para jogar na Malásia” conta Marcelo. Dois dias após a ligação, o jogador embarcou para com a promessa de jogar em clube chamado Kuala Lumpur Plus, mas ao chegar lá, percebeu que algo estava errado: “já no primeiro dia descobri que no ultimo mês havia chegado cerca de 20 jogadores para fazer teste neste mesmo clube. O lugar não tinha vestiário, apenas um banheiro, mal consegui me vestir”.

Bastaram dois dias de treinos para que a vontade de voltar ao Brasil surgisse, e tudo ficou pior quando o Marcelo teve uma reunião com o Presidente de clube: “Quando fui conversar sobre o meu contrato, eles me falaram da necessidade de ter um jogador brasileiro com a minha qualidade, mas que não iam pagar o valor de R$ 15 mil por mês que haviam combinado, a justificativa era de que eu era muito jovem”. Ao invés disso, o clube ofereceu pagar cerca de 5,500 ringgtin, moeda local, equivalente a R$3 mil reais. Depois disso Marcelo decidiu voltar, na mesma reunião pediu as passagens de volta para o então empresário, Jasper.

Marcelo não conseguiu embarcar, ao apresentar a passagem no aeroporto foi questionado pelo uso do cartão. No dia seguinte, ficou sabendo que outro jogador havia sido preso, numa situação idêntica a sua, tentando embarcar no aeroporto. “Foi ali que percebi que a coisa era feia de verdade”. O jogador foi à embaixada brasileira na Malásia informar o que estava acontecendo, na presença de diversas autoridades como policiais internacionais e agentes da Interpol relatou o ocorrido: “felei que Jasper levava jogadores que nem água para esse clube, sobre os cartões clonados, contei tudo. Mandaram os policiais no hotel onde ele ficava, e ao chegarem lá, viram que ele tinha fugido”. Por sorte, Marcelo não passou pelo pior, retornou ao Brasil em alguns dias com a ajuda da Embaixada Brasileira.

Hoje, sem clube, Marcelo ainda sonha em viver do futebol, e dá dicas para os meninos que estão começando nesse mundo: “é preciso saber realmente com quem esta lidando e trabalhando, sempre ter seu próprio dinheiro, nunca sair de casa apenas com o que lhe disseram e prometeram, pois no meu caso, não gastei em nada, mas poderia ter sido muito pior, muito mesmo.”

Para evitar situações como esta, existe uma forte cobrança dos clubes com relação aos estudos dos meninos, como afirma a psicóloga Jaqueline: “incentivamos e cobramos a escola, porque mesmo que seja atleta tem que ter estudo, mas se não for atleta vai ser o que? Pelo menos tem que sair do Grêmio com ensino médio completo para poder prestar um vestibular. Sempre conversamos e trabalhamos outros caminhos possíveis”, explica. Ninguém melhor que Marcelo para confirmar a afirmação: “A melhor dica é ter estudo, pois sem estudo e sem estrutura teria me complicado muito mais lá fora”. Mesmo com a cobrança, alguns meninos ainda trocam os livros pela bola, no tempo que permaneceu no alojamento, Saimon teve algumas decepções e acabou abdicando, também, dos estudos: “eu sempre estudei em escolas particulares. Aí cheguei aqui no Grêmio e me colocaram numa escola que tentavam assaltar a gente todos os dias, aí larguei, parei no segundo ano do ensino médio”. Para o jogador a grande preocupação do clube é com o desempenho do atleta nos gramados: “O Grêmio é um clube de futebol, desde que tu renda pra eles. O que eles querem é ver resultados dentro do campo, não importam os estudos”.

Jaqueline explica que há um acompanhamento direto com as escolas, além de aulas particulares realizadas uma vez por semana para esclarecimento de dúvidas e auxílio nas atividades escolares: “Nós fazemos todo acompanhamento escolar, indo a reuniões, etc. Sempre que vamos à escola conversamos com as famílias, para que eles dêem um apoio, principalmente quando o atleta apresenta dificuldades. Três vezes por semana eles têm um reforço escolar de um professor particular que tira dúvidas e ajuda nas tarefas”.



O jogador do União Desportiva de Leiria, de Portugal, Tiago Fernandes, que começou no futebol com 6 anos e já morou em três clubes diferentes, defende a valorização da escola: “O estudo é tão importante quanto o futebol. Quando eu cheguei no Inter (Sport Club Internacional) já tinha o Ensino Médio concluído. Meus estudos sempre foram responsabilidade da minha família, mas para os meninos que ainda estão estudando, o clube acompanha, tem uma van que leva e busca todos os dias, tem todo esse controle”. A busca pela realização do sonho às vezes acaba com as novas possibilidades. “Não tenho plano B. Se Deus quiser vai dar certo. Penso sempre que vai dar certo nunca penso que não vai dar. Minha vida é o futebol”, diz Gustavo sobre suas expectativas.

Várias questões devem ser trabalhadas para que não hajam frustrações: “sempre conversamos e trabalhamos outros caminhos possíveis. Tem aqueles que precisam de atendimento mais pontual sobre a frustração, mas eles sabem que estão em uma escola, uma escola de futebol na verdade. Hoje eles podem ser o melhor da categoria mas amanhã ou no ano que vem podem nem estar mais jogando”, afirma Jaqueline. Além disso, quando o menino entra no clube passa por avaliação psicológica, social e escolar, como explica a psicóloga: “quando eles são aprovados eles passam por uma série de testes psicológicos para verificar o momento atual do atleta, a nutrição faz uma avaliação alimentar e o serviço social faz o perfil sócio familiar e começa a recolher dados da escolaridade do atleta.”

Para o Coordenador Administrativo das Categorias de Base, MauroRocha, nenhum trabalho é suficiente para lidar com essa questão: “Não tem trabalho que prepare para isso. Eles são expostos a uma série de coisas que tem que ser estudadas. Tudo isso que nós trabalhamos aqui é pra minimizar e se aproximar das possíveis chances do projeto dar certo, garantia e certeza de resultado positivo é impossível”.

Com todas as dificuldades que eles enfrentam como a distância da família e amigos, viver cumprindo regras, horários e compromissos, eles ainda têm que superar a concorrência cada vez mais forte com os outros jogadores. De acordo com Mauro, o clube passou a dispensar o atleta que não atinge o nível de rendimento desejado: “Trabalhamos a qualidade e não quantidade. Os plantéis se reduziram, eles tem no máximo 32 jogadores com os 4 goleiros, então ficou mais difícil fazer parte de cada categoria, porque a gente acredita muito no poder de adaptação do treino, e para o treino causar adaptação, o atleta diariamente tem que participar de forma bem intensa.” Com isso, muitos meninos são dispensados do clube, às vezes com 17 anos de idade, quando estão quase atingindo a categoria Juniores, que leva ao time principal.

Auxiliando os meninos existem os anjos da guarda, profissionais que acompanham o trabalho deles avaliando o rendimento e as necessidades de cada um. São 4 profissionais trabalhando nas áreas de psicologia, nutrição, assistência social e massagista, uma comissão técnica que conta com mais 6 profissionais, entre eles Assessores de futebol, Coordenadores técnicos, avaliadores e monitores, há monitoramento 24 horas no alojamento. De acordo com Mauro, o investimento do clube mensal para cada jogador gira em torno de 3.700 reais, sem incluir a ajuda de custo e salário, o gasto por ano com as Categorias de Base chega a 8 milhões.

Os meninos menores recebem uma quantia irrisória, com 16 anos podem firmar um contrato de Jovem Aprendiz, onde passam a receber um salário fixo. Mauro acredita que este também pode ser um fator prejudicial para a carreira do atleta, quando passa para o profissional os valores mudam e o jogador que ganhava 3 mil por mês passa a ganhar 150 mil repentinamente: o comportamento tem ligação com o dinheiro que eles ganham, para suportar e lidar com grandes somas é preciso ter um grande amadurecimento e entendimento da vida, se não eles se perdem”, e mesmo toda dedicação da equipe que acompanha o atleta pode não preencher essas necessidades: “Pode usar toda multidisciplinaridade de conhecimentos nas áreas psicológicas, pedagógicas, de desenvolvimento físico, treinamento, cultura financeira, a gente procura dar aqui uma gama de conhecimento”.

Acima de todo esse trabalho nada é mais forte do que a esperança do torcedor, que vai ao estádio a espera de uma vitória, quer ver o do novo jogador que passou para o profissional e é a grande promessa para o próximo campeonato. Atrás disso muito trabalho e dedicação, preparação constante para satisfazer as milhões de pessoas que lotam os estádios a espera de um título. “Nós não podemos trabalhar como o torcedor que vem em um jogo e vai embora falando que aquele jogador é bom ou é ruim porque ele ficou com a impressão do jogo, isso ele tem direito, torcedor pode tudo, ele paga o ingresso, vem se diverte, não tem o compromisso. Nós que somos pagos pelo clube para prospectar novos talentos temos que ser altamente responsáveis e preparados”, afirma Mauro. Mas a força de vontade desses meninos parece superar todas as dificuldades que eles têm que enfrentar até que um dia possam desfrutar do sonho. Neste aspecto existe uma coincidência entre quem torce e quem joga: a fome de vencer.

*Matéria realizada na cadeira de Jornalismo Investigativo do Centro Universitário Metodista do IPA - Junho 2012

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Venceu o melhor


O futebol é fascinante. Ainda mais quando se trata de um clássico. Melhor ainda se ele for gaúcho! O Internacional recebeu o Grêmio no estádio Beira-Rio na noite desta quarta-feira para disputar uma vaga à semifinal da Taça Piratini do Campeonato Gaúcho 2012. É raro que os rivais se encontrem tão rápido no Gauchão. Mas o desempenho do colorado o classificou em primeiro lugar em sua chave. Já o tricolor, quarto colocado, teve dificuldades para se classificar, e ainda contou com a sorte, já que o Cruzeirinho perdeu pontos.

Mas a sorte acabou por aí. O carnaval gremista não teve nada para se comemorar, pelo contrário. O time do então técnico Caio Jr. encerrou a primeira etapa do Campeonato sendo derrotado pelo São José-PA. E quando a situação já era delicada, a direção gremista anunciou a demissão de Caio Jr. Tudo indicava que o grupo estaria fragilizado com o momento, mas o Grêmio tem raça. Vestiu a camisa e entrou em campo para vencer.

Como se fosse dono do campo na primeira etapa, fez se não a melhor, uma das mais belas partidas do ano. Aos comandos do interino Roger Machado, o tricolor deslizou no gramado trocando passes precisos e com muita velocidade. Baita partida! Seria para impressionar? Pois acompanhando atentamente estava o novo técnico do Grêmio, Wanderley Luxemburgo. Se o desempenho em campo era mesmo para impressionar, deu certo. Os que estiveram em campo convenceram porque merecem vestir a camisa e a titularidade. Gilberto Silva já deveria ter ido a zaga há muito tempo. O banco definitivamente não é o lugar dele. Marco Antônio, que já estava sendo contestado, único jogador de armação em campo, fez o seu papel importantíssimo no jogo: o passe para o gol de Kleber.

O Internacional tinha Dagoberto e Damião, que aproveitou um lance e marcou um gol com categoria de centroavante, voltando a balançar as redes depois de quase um mês. Mas o nome do jogo é outro. Não posso esquecer dele, Victor! Carimbou o passaporte gremista às semifinais quando defendeu com muita categoria na etapa complementar o chute de Damião em cima do lance.

Bonito espetáculo. Disputado, com direito a empurrões e discussão entre os esquentadinhos D’alessandro e Gladiador. Gauchão é isto!

Luxemburgo vem aí. Time e treinador estão com fome de títulos. Tudo para dar certo.

O Grêmio agora enfrenta o Caxias no estádio Centenário pela semifinal da Taça Piratini e o Inter, eliminado, volta suas atenções para a Libertadores da América.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Grenal de estreias, retornos e sorte



Empate. O primeiro Grenal de 2012 acabou com o placar de 2 a 2. Inter e Grêmio se enfrentaram no Estádio Olímpico, cada um com cinco estreantes. O colorado entrou em campo com time reserva, preservando os titulares para a Libertadores. Já o dono da casa, entrou com força máxima. Com novo esquema munido de três atacantes, Caio Jr. apostou em um grupo ofensivo com Gladiador, Moreno e Leandro. No primeiro tempo até que o tricolor teve um desempenho melhor do que o rival, mas quem pensou que seria fácil, não conhece o ditado ‘Grenal é Grenal’.


O recém-contratado meia argentino, um dos estreantes no clássico, Jesús Dátolo, abriu o placar para o Inter, em um lance de sorte, após a bola desviar no zagueiro gremista Douglas Grolli. Falando em Grolli... Que fase azarada vive este jogador. Segunda partida que ele marca contra.

E se o Inter jogava com os reservas, de um ex-reserva saiu o empate gremista. Marquinhos, de volta aos titulares, marcou em uma cobrança de falta impecável. Sorte? Sim. O meia admitiu ao final da partida que tentou cruzar a bola. Sorte à parte, o jogo estava empatado.

O Grêmio ainda virou no primeiro tempo com Marcelo Moreno de pênalti, mas voltou para a etapa complementar com ritmo lento. O ataque estreante perdeu várias chances de gol. E falando em ditados, lá vai outro: Quem não faz leva. E como se fosse um dejavú, o empate colorado, saiu de outro ex-reserva. Bolívar! De volta e com a braçadeira de capitão, cabeceou certeiro após cobrança de escanteio, sem chances para Victor. Final de jogo? Empate!

Será? Para o Grêmio, teve gosto de derrota. E não pelo resultado, pois a partida não mudou a vida do tricolor na tabela, mas pode ser definitivo para o resto do Campeonato Gaúcho. As perdas dos laterais Mário Fernandes e Júlio César, por lesão, pesam muito mais para o clube do que uma derrota em um Grenal. Não posso deixar de comentar que, outra preocupação que a direção gremista deve ter é com a zaga. Os reforços Naldo e Grolli não parecem ser confiáveis. Gilberto Silva seria mais eficiente. 

Encerro com uma dúvida sobre a atuação do árbitro Leandro Vuaden. Economia de cartões amarelos? Ou liberdade para os ânimos 'grenalísticos' aflorarem em campo?

domingo, 29 de janeiro de 2012

Opinião

RECUPERAÇÃO NO GAUCHÃO

O Internacional voltou a vencer no Campeonato Gaúcho e mais do que isso, a torcida pode ver novamente o volante Tinga de volta aos gramados e com uma bela atuação. A vitória de 3 a 1 sobre o Veranópolis foi importantíssima já que a situação do Colorado estava ficando complicada na tabela. 

No Gauchão, o grupo reserva deu conta do recado. Agora cabe aos titulares também conquistarem um resultado positivo quarta-feira, quando o Inter enfrenta o Once Caldas, em Manizales, para avançar na Taça Libertadores.

TROPEÇO NA SERRA

O Estádio Alfredo Jaconi nunca foi palco tranquilo para seus visitantes. Na tarde deste domingo, o Juventude recebeu o Grêmio. O técnico Caio Jr. adotou novo esquema tático para o 3-5-2 com o retorno de Gabriel na lateral, passando Mário Fernandes para a zaga.

Toda mudança de nada adiantou. Com a defesa pecando muito, quem dominou a primeira etapa foi o Juventude, que abriu placar com gol de pênalti, e só não ampliou porque Victor voltou ao seu melhor. Mas parece que a tarde era mesmo do Juventude. Na segunda etapa, após cobrança de escanteio, Grolli marcou contra em tentativa de desvio. O Grêmio ainda fez algumas substituições, mas quem continuou pressionando foi o Ju.

O Grêmio ainda descontou com Kléber, também de pênalti. Mas o jogo encerrou com o placar de 2 a 1. O time de Antonio Picoli foi superior e mereceu a vitória. Cabe agora a Caio Jr. definir o grupo que enfrentará o São Luiz, já que perde Gabriel, expulso.

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Opinião

FICA D’ALE

A noite de quarta-feira foi embalada pelos gritos da torcida colorada. Não, não é porque o Internacional está disputando a Pré-Libertadores, mas sim, porque a torcida pede, implora, que o seu mestre fique. D’alessandro que está em negociação com o Shanghai Shenhua, da China, voltou a campo vestindo a camisa vermelha mas desta vez, com o peso da braçadeira de capitão no braço esquerdo. Seria um sinal de que ele fica? Ou seria apenas uma homenagem de despedida do clube dedicada ao seu camisa 10? 

A chegada do meia argentino Jesús Dátolo no clube aumenta os rumores de que D’ale está mesmo de saída. Mas se ele está mesmo de saída, a participação do camisa 10 na partida contra o Once Caldas encerra com chave de ouro a passagem do argentino pelo Beira-Rio.

Essencial, como sempre, ele, D’alessandro comandou praticamente todas as articulações do colorado. Com belíssimos passes de categoria invejável e até chutes a gol, o argentino justificou todo o carinho que a torcida demonstra ao pedir que ele, fique!

VITÓRIA NO GAUCHÃO

O Grêmio foi até o Complexo Esportivo da ULBRA com o time completo idealizado pelo técnico Caio Jr. A estreia de Marcelo Moreno ao lado de Kleber Gladiador foi positiva. Contra o Canoas, que também buscava sua primeira vitória no Gauchão, o tricolor não teve vida fácil, mas com a raça e eficiência da dupla de ataque e a grande sacada de Caio Jr. ao colocar Gabriel (que mudou a história da partida) no lugar de Marco Antônio, fizeram a diferença. Com o placar de 3 a 1, o Grêmio bateu o Canoas e conquistou a primeira vitória no Campeonato Gaúcho, para alívio da torcida.

O entrosamento do time é questão de tempo. Caio Jr. teve poucos dias para organizar e encaixar tantas caras novas no grupo. E que grupo. Além dos ótimos reforços que Pelaipe trouxe ao Olímpico, o banco de reservas merece uma atenção especial. Quem tem Gilberto Silva, Marquinhos, Gabriel e André Lima na reserva, tem tudo para conquistar bons títulos.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Em busca do TRI


A noite de quarta-feira foi mais do que especial para os colorados. Mais do que a primeira partida da Pré-Libertadores da América, os torcedores tiveram a alegria de ter de volta a campo o maestro D’alessandro. Lotando as arquibancadas, o grito de ‘fica D’alessandro’ foi repetido com forte carinho, tentando comover o argentino, que deve trocar o Colorado pelo  Shanghai Shenhua, da China.

A bola rolou e de cara o Inter impôs seu mando de campo. Trocava passes com tranquilidade mas pecava nas finalizações. O menino Oscar de início perdeu uma boa chance de gol, chutando para fora. Minutos depois Leandro Damião livre, tenta embelezar a finalização com uma bicicleta e perde outra chance de gol. O Internacional era visivelmente superior na partida e o gol não demorou a surgir. O gol foi chorado, mas isto pouco importa em uma Libertadores!

Após bela troca de passes entre Kleber e D’alessandro, o maestro com um belo toque deixou Damião em frente ao gol. O camisa 9, com muita categoria, tirou o goleiro da jogada e chutou a bola que foi chorando até ultrapassar a linha do gol. A torcida ainda comemorava quando Damião quase faz o segundo. O jogo esquenta, mas o Inter não dá mole. O Once Caldas bem que tentava, mas bem posicionado, o time colorado não dava chances. E quando eles chegavam ao ataque, lá estava Muriel. Na etapa complementar o Once Caldas cresceu e apareceu mais no jogo, mas o resultado ficou nas mãos do Internacional.

D’alessandro continuou dando show! Aos 30 minutos bateu no ângulo e se não fosse Neco Martinez se espichar ao máximo, seria o segundo gol do colorado. E quando não estava atacando, estava servindo, e muito bem. D’ale. No braço esquerdo, o peso da braçadeira de capitão. Seria um sinal de que ele fica? Ou seria uma grande homenagem do clube ao seu maestro?

Grêmio bate Canoas



Com a estreia de Marcelo Moreno completando o time que Caio Jr. havia idealizado, o Grêmio foi ao Complexo Esportivo da ULBRA enfrentar o Canoas. Os dois times entraram em campo precisando de um resultado positivo, já que perderam na primeira rodada do Campeonato Gaúcho.


E o Grêmio foi mais rápido. E põe rápido nisso! Logo no primeiro minuto, Kléber Gladiador estufou a rede, de perna esquerda, após cobrança de escanteio. O primeiro gol do atacante com a camisa tricolor, logo no início da partida, deixou claro a vontade do time na partida. As chances de gol do Grêmio seguiram no decorrer da partida, dando trabalho ao goleiro Ney, que bloqueou a pressão gremista.


De bola parada o Grêmio marcou, de bola parada o mesmo levou. Após cobrança de escanteio, aos 31 minutos, Marcelão aproveitou rebote de Grolli e venceu Victor, empatando a partida. Canoas 1 x 1 Grêmio.

Para a etapa complementar, Caio Jr. sacou Marco Antônio para a entrada de Gabriel. O lateral que perdeu a titularidade para o menino Mário Fernandes, ficou afastado por algum tempo do time titular, recebeu a chance do técnico e deu a resposta logo. Aos 6 minutos, o próprio, aproveitou rebote do goleiro após cobrança de falta de Léo Gago e, também, de perna esquerda, coloca o Grêmio a frente outra vez na partida.


O técnico Marcelo Estigarribia ainda apostou nas três substituições, mas quem continuou ameaçando foi o tricolor. Caio Jr. ainda colocou Gilberto no lugar de Fernando e Marquinhos no lugar de Douglas. Muito bem encaixado, jogando com muita tática e pouco esforço, o Grêmio segurou o resultado conquistando a primeira vitória no Gauchão. Para encerrar com chave de ouro, Marcelo Moreno também quis deixar sua marca. Com muito estilo, em jogada de centroavante, após belo cruzamento de Kléber, Moreno amplia o placar com gol de cabeça. 

Agora, o Grêmio volta a campo contra o Juventude, domingo as 17h em Caxias do Sul.